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Entretenimento / Diário de um Banana

Diário de um Banana: Jeff Kinney revela inspiração para nova história

Em conversa com a RECREIO, o escritor Jeff Kinney explicou a relação da trama de Greg Heffley, de "Diário de um Banana", com a sua própria vida

por Izabela Queiroz

Publicado em 10/12/2024, às 14h21 - Atualizado em 11/12/2024, às 09h52

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Capa de "Diário de um Banana: Baita Lembrança" e Jeff Kinney - Divulgação/VR Editora/Robin Marchant/Getty Images
Capa de "Diário de um Banana: Baita Lembrança" e Jeff Kinney - Divulgação/VR Editora/Robin Marchant/Getty Images

Com as férias se aproximando, surge a dúvida: qual a melhor maneira de aproveitar os dias longe da escola? Para Greg Heffley, o protagonista de "Diário de um Banana", a receita é simples, afinal, descansar e ficar longe do sol escaldante do verão formam a combinação perfeita!

No entanto, no 19º volume da história que surge com o subtítulo "Baita Lambança", lançada no Brasil pela VR Editora, é onde ele descobre que a adição de ingredientes que ele não esperava tornarão as coisas muito mais complicadas.

Acontece que Greg terá que se reunir com a sua família, grande demais, em uma casa de praia, pequena demais, visto que sua avó tem um desejo: "criar lembranças felizes e comemorar o aniversário de 75 anos ao lado daqueles que ama", como diz a sinopse do livro, o que irá desafiá-lo a lidar com as confusões familiares e as frustrações que esse novo arranjo trouxe, assim como lhe colocará em um verdadeiro teste de paciência.

Capa de "Diário de um Banana: Baita Lambança"
Capa de "Diário de um Banana: Baita Lambança" - Divulgação/VR Editora

Ainda assim, o que os fãs mais antigos já devem imaginar é que essa viagem em família — um tanto quanto atrapalhada — tem inspiração na realidade, visto que não é segredo que escritor e cartunista da franquia literária, Jeff Kinney, busca elementos da sua própria história para construir os enredos das páginas e, em entrevista à RECREIO, ele contou que para "Diário de um Banana: Baita Lambança", a ideia surgiu de recordações de experiências semelhantes que viveu com seus familiares.

Eu me baseei nas lembranças de muitas férias em família em que fizemos a mesma coisa. Até mesmo recentemente, passei férias com a família em que tive de dormir em um colchão de ar que se esvaziava lentamente em um corredor. Esse é o tipo de experiência sobre a qual gosto de escrever em meus livros", afirmou Kinney.

Na trama, inclusive, Greg terá que lidar com as tradições familiares e tentará desvendar mistérios de cada parente, tudo isso enquanto conflitos são gerados! Ainda que seja uma bagunça, no fim, tudo fica bem, afinal, as situações servem de aprendizado, já que isso o ensina a se adaptar a cenários inesperados, além de fortalecerem os laços com aqueles cuja conexão surgiu assim que nasceu.

"Acho que meus livros são como espelhos da vida das crianças. As crianças podem se reconhecer no Greg e em alguns dos outros personagens, e talvez aprender a rir de si mesmas e de suas circunstâncias. Acho que as crianças se sentem validadas e vistas por meus livros", disse Kinney sobre como os livros podem ajudar os pequenos a lidar com as dificuldades e desafios da vida.

Por mais que seja um caos contido e repleto de bom humor, Kinney defende que mesmo que a receita original de Greg não tenha saído como ele imaginou, há uma forma de garantir boas férias em família: "um pouco de espaço pessoal e um pouco de liberdade".

"Quando você é criança, não tem muita liberdade durante as férias. Acho que as crianças ficam felizes quando podem fazer algumas escolhas por si mesmas", explicou.

O segredo do sucesso

Vale lembrar que, além de "Baita Lembrança", Kinney lançou mais 18 volumes de "Diário de um Banana", traduzidos para 70 idiomas, cujas histórias se tornaram um verdadeiro sucesso entre o público infantojuvenil, ganhando, inclusive, o título de best-seller no New York Times. Isso porque, mais de 250 milhões de exemplares foram vendidos no mundo todo, sendo 14 milhões só no Brasil!

Com o surgimento de novos enredos e a apreciação constante do público, Greg Heffley, inclusive, deixou de existir apenas nas ilustrações dos livros, ganhando versões animadas e até mesmo em live-action, por meio das seis obras cinematográficas inspiradas nos livros, e do musical criado em 2022.

Todavia, o primeiro livro foi publicado há 17 anos, e mesmo que as histórias sejam sempre novas, ver o mesmo título nas prateleiras por tanto tempo poderia cansar os leitores, o que não acontece com a trama de Kinney por um motivo: a coerência de ideias, segundo o próprio autor.

"Acho que o segredo para manter os leitores é a consistência. Um desenho animado é como uma promessa — quando você lê um dos meus livros, sabe como o Greg vai agir, porque conhece o caráter dele. É por isso que os melhores personagens de desenhos animados perduram por gerações - eles são bem definidos e há algo em seu caráter", justificou Kinney sobre o sucesso da obra.

Mais que isso, quase duas décadas escrevendo e ilustrando narrativas sobre um mesmo personagem também poderiam trazer dificuldades criativas para Kinney, ou aproximarem o fim da série literária, o que mais uma vez parece estar longe de ser uma realidade, já que o escritor não só revelou o segredo para continuar produzindo novos títulos como expôs também qual a premissa do próximo lançamento.

"O segredo é continuar descobrindo áreas que ainda não foram totalmente exploradas", começou explicando. "Meu próximo livro, o livro 20, será sobre o aniversário do Greg. Toda criança sabe o que é ter um aniversário — a expectativa, a empolgação e, às vezes, as decepções que o acompanham. Estou tentando explorar os sentimentos que uma criança tem sobre todos os aspectos da vida", concluiu Kinney.