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Entretenimento / As Crônicas de Nárnia

As Crônicas de Nárnia: Afinal, como Nárnia foi criada?

Descubra qual é a verdadeira origem do mundo mágico de Nárnia, que não apareceu nas adaptações da Disney de 'As Crônicas de Nárnia'

por Daniela Bazi

Publicado em 21/01/2025, às 17h02

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Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005) - Reprodução/Disney
Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005) - Reprodução/Disney

Desde o lançamento de seu primeiro livro, em 1950, a franquia de “As Crônicas de Nárnia”, do autor irlandês C.S. Lewis, se tornou um sucesso da literatura infantil. O título se tornou ainda mais popular em meados dos anos 2000, quando a Disney adaptou três dos sete livros para os cinemas: “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” (2005), “Príncipe Caspian” (2008) e “A Viagem do Peregrino da Alvorada” (2010).

Infelizmente, devido ao desempenho baixo do segundo e terceiro filme, os outros quatro livros não tiveram a chance de receberem adaptações, fazendo com que o público que acompanhou a obra apenas nas telinhas não descobrisse pontos importantes da saga, como a origem do mundo mágico de Nárnia.

Afinal, como Nárnia surgiu?

Antes de tudo, é preciso entender que o Mundo de Nárnia, ou apenas Mundo Narniano, existe de forma paralela ao nosso, mas que pode ser acessado por meio de passagens mágicas. Através do livro “O Sobrinho do Mago”, o penúltimo a ser lançado, mas o primeiro na ordem cronológica, descobrimos que, na verdade, o universo é composto por vários mundos diferentes, com todos conectados por um lugar conhecido como “Bosque Entre Mundos”.

Apesar de possuir a aparência de um bosque, o local não é outro mundo, servindo apenas como uma passagem entre os universos, mas contendo árvores que se comunicam e possuem propriedades mágicas que enfeitiçam qualquer um que passar pela região. Ali, é possível encontrar uma série de pequenas poças de água, que são portais para outros mundos, incluindo a passagem para o que seria Nárnia.

No livro, conhecemos Digory, um garoto que se mudou com seus tios para um bairro de Londres, Inglaterra, e costumava se envolver nos estudos de seu tio André, um pesquisador de magia que desenvolveu anéis mágicos capazes de transportar qualquer ser vivo ao curioso Bosque Entre Mundos.

O menino então acaba fazendo amizade com sua nova vizinha, Polly, e a dupla de crianças se tornam as primeiras cobaias humanas para a experiência de André, indo diretamente para o bosque. Lá, eles descobrem que, com os anéis, os dois poderiam visitar qualquer universo por meio dos lagos, iniciando sua aventura pelo Mundo de Charn, onde conhecem Jadis, a Feiticeira Branca.

Provando que suas más intenções existem desde o início, Jadis havia destruído seu mundo de origem, e acaba sendo levada ao lado de Polly e Digory para a Inglaterra — onde a feiticeira, novamente, causa discórdia, acreditando que todos em Londres precisavam ser submissos a ela.

Para tentar impedir a vilã, as duas crianças conseguem levá-la de volta ao Bosque Entre Mundos, porém, também levam de forma acidental mais três seres vivos: o tio André, um cocheiro chamado Franco e seu cavalo Morango. No meio da confusão, enquanto tentavam direcionar Jadis para o portal de Charn, o animal acaba bebendo a água da poça para outro mundo, levando o grupo inteiro para o outro universo.

Ao fazerem a passagem para o novo local, os seis personagens encontram um mundo vazio, sem qualquer tipo de luz, vegetação ou vida. Enquanto aguardavam no meio da escuridão, eles escutam uma canção — e imediatamente um novo universo começa a ser criado.

Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005)
Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005) - Reprodução/Disney

Durante o surgimento de cores, céu, sol, e das mais diferentes formas de vida, eles percebem que tudo o que estava sendo criado surge através da criatura que cantava a curiosa canção: um majestoso leão, conhecido como Aslan. Enquanto ainda desenvolvia o mundo mágico, Jadis tenta atacar o felino com uma barra de ferro que havia roubado de Londres, mas não consegue, deixando o item enfiado no chão, fazendo com que crescesse um poste de luz, e fugindo em seguida.

A região do poste passa a ser conhecida como Ermo do Lampião, sendo reconhecida como o local que marca a criação de Nárnia, e também se tornando importante para indicar algumas divisas do reino, apresentando uma grande relevância para acontecimentos dos outros livros.

Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005)
Cena de 'As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa' (2005) - Reprodução/Disney

Ao terminar, o criador seleciona alguns animais para ter a habilidade de falar, decretando que Nárnia seria a casa de todos os seres mágicos. No mesmo dia, Aslan unge os dois primeiros reis do reino: o cocheiro Franco e sua esposa Helena, trazida por meio de sua mágica da Inglaterra para o novo universo.

Com a escolha dos governantes, o poderoso leão também cria as primeiras leis, diferenciando animais falantes dos normais, onde dizia que os bichos que não falavam poderiam ser caçados como alimento e utilizados como transportes, enquanto os que tinham a habilidade de falar deveriam ser respeitados como indivíduos, tornando o assassinato de um bicho falante em crime hediondo.

Ciente de que Jadis havia invadido sua nova terra, como última ação, Aslan envia Digory em uma missão no oeste selvagem além do país de Nárnia, onde precisava recuperar uma maçã mágica em um jardim. O menino cumpre o desafio e leva a fruta para o leão, que a planta junto ao rio, onde nasce imediatamente uma árvore que iria proteger a região da feiticeira por muitos séculos.

Como recompensa ao garoto, Aslan permite que o jovem leve uma das maçãs da nova árvore para casa, para que pudesse curar sua mãe doente. Após voltar para a Inglaterra, ele dá o fruto para a mulher, mas guarda as sementes, plantando em seu jardim, fazendo com que nascesse uma grande e bela macieira.

Anos depois, ainda no mundo dos humanos, a mesma árvore acabou sendo derrubada por uma tempestade. Digory, já adulto, não quis se desprender dela, e utilizou sua madeira para construir um guarda-roupa, criando, sem querer, uma nova passagem para Nárnia que, futuramente, levaria Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia Pevensie ao mundo mágico.

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