Evento da farmacêutica Apsen reuniu 80 pedagogos com o objetivo de ajudá-los a saber identificar alunos que tenham Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
O TDAH foi tema de um evento de cap
acitação para educadores promovido pela farmacêutica Apsen em parceria com A Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), em São Paulo, no dia 9 de novembro. O objetivo do encontro? Esclarecer o tema para uma plateia de 80 pedagogos, que, juntamente com os familiares das crianças, são os primeiros a perceberem os sintomas do distúrbio neurocomportamental.
Você sabia?
Cerca de 8% da população mundial sofre de TDAH, segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).
O TDAH ocorre duas vezes mais em meninos do que em meninas.
"Não existe um gene que identifique o TDAH, pois ele é poligênico – ou seja, envolve vários genes. O diagnóstico, portanto, se dá de forma clínica, baseada em evidências científicas", explicou a psiquiatra Fabrícia Signorelli, médica à frente do Ambulatório de TDAH da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Considerado um transtorno hereditário em 60% a 90% dos casos (dado do The Journal of Pediatric), o TDHA engloba 18 sintomas, que envolvem comportamentos de hiperatividade, impulsividade e desatenção. "No consultório, os pais falam que a criança não consegue se concentrar para estudar, mas joga vídeogame por horas – e até isso é cientificamente explicado", completou a psiquiatra, que detalhou para os educadores como identificar o quadro de TDAH na sala de aula.
Para quebrar os tabus que cercam o TDAH, a dupla Taís e Roberta Bento, da SOS Educação (plataforma voltada a apoiar pais e pedagogos no processo educativo das crianças), focou na abordagem das famílias e educadores. "Não são as crianças com TDAH que levam à exaustão os professores, mas, sim, a falta de apoio para lidar com toda a sala de aula, sem distinção de quem tem ou não TDAH", pontuou Roberta. Fazendo uma analogia, ela usou o exemplo de uma sala com 20 alunos e todos com febre: "Não se trata a febre de forma igual para todos". Já Taís alertou para a importância de um plano de ação claro, baseado em informações verdadeiras e alinhado entre pais e escola,: "Vários desafios eclodem porque não se tem muito claro onde começa e onde acaba a função da família e da escola. E os pais se perguntam: será que a escola vai dar conta?".
Entre os desafios das famílias e educadores está a desistência escolar. Mas Roberta também chamou a atenção para a desistência por parte dos professores. "Precisamos buscar ferramentas adaptativas que os capacitem a conduzir o aluno com TDAH de forma produtiva".
No tocante a "não desistir", mereceu destaque a fala da psicóloga Iane Kestelman. Presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), ela começou sua trajetória há 4 décadas, antes mesmo de ter o diagnóstico de TDAH do filho (hoje um homem de 40 anos). "Preguiçoso e desatento eram alguns dos adjetivos que davam a ele", relembrou.
Iane detalhou para a plateia sua busca de atendimento correto e pelo reconhecimento do TDAH como um transtorno a ser incluído nas políticas públicas de inclusão do país. ``Participei de comissões em Brasília, ouvi absurdos e lidei com a total desinformação sobre TDAH; foi por isso que, juntamente com o médico Paulo Mattos (psiquiatra e autor do livro No Mundo da Lua), decidi fundar a ABDA, que tem como missão divulgar informações científicas sobre o Transtorno do Déficit de Atenção, capacitar profissionais da saúde e educação, dar suporte por meio de grupos de apoio e atuar e articular para garantir os direitos das pessoas com TDAH no Brasil".
Palestrantes @fabriciasignorelli_psiquiatra | @soseducacao | @iane.kestelman.psicologa (@abda_tdah_brasil)
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