A permanência da Família Real Portuguesa em terras brasileiras durou 13 anos. Entenda por que, em 1821, dom João VI retornou para Portugal
Depois que as tropas de Napoleão Bonaparte foram derrotadas em Portugal, ainda em 1808, com a ajuda dos britânicos, o povo português logo começou a exigir o retorno da Corte para o país. Naquele momento, Portugal estava sendo governado pelo militar William Carr Beresford, enviado pelo Reino Unido para reorganizar o exército português após a invasão francesa.
Em agosto de 1820, aconteceu na cidade do Porto (Portugal) um movimento que logo se espalhou e chegou a Lisboa, capital do país: iniciado por militares e comerciantes infelizes com a falta de pagamento, a revolta exigia a retirada de Beresford. Foram tantas manifestações que uma junta de governo acabou assumindo o poder e convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma constituição.
Se uma constituição fosse criada, dom João VI (o soberano absoluto da nação) teria que jurar obediência a esse documento e dividir o poder com o parlamento português. Ao saber de tudo isso, o rei (ainda no Brasil) publicou um manifesto, declarando ilegal a convocação das Cortes e a constituição, e prometendo que ele ou um dos príncipes voltaria para Portugal.
Assim, dom João VI decidiu retornar, junto com a Família Real, para Portugal. Um decreto de 7 de março de 1821 anunciou a novidade ao povo, declarando também que o herdeiro da Coroa, o príncipe dom Pedro, seria o representante do rei no Brasil. Em 26 de abril de 1821, dom João VI embarcou, sem volta, para o país de origem. Pouco mais de um ano depois, em 7 de setembro de 1822, dom Pedro declararia a Independência do Brasil em relação a Portugal.