Nesta segunda-feira, 21, o Vaticano anunciou a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Entenda como acontecerá a escolha de um novo papa!
Publicado em 21/04/2025, às 11h08
Nesta segunda-feira, 21, o mundo foi surpreendido com a triste notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, o primeiro papa latino-americano e primeiro jesuíta a assumir o cargo. A informação foi revelada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo (tesoureiro) do Vaticano, onde disse:
“Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco.
Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja.
Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.
Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.
Com a morte do Santo Padre, surge uma dúvida em muitas pessoas: afinal, como um novo papa será escolhido? A RECREIO te explica!
O novo papa é eleito por meio de uma votação feita pelos cardeais, os mais altos representantes da Igreja, conhecida como Conclave, um processo eleitoral que conta com tradições inalteradas de cerca de 800 anos e, geralmente, acontece 15 dias após o falecimento do papa.
Em teoria, qualquer católico batizado pode se tornar papa, no entanto, devido à importância do cargo, visto que o escolhido se tornará o Sumo Pontífice, líder da Igreja Católica Romana, a pessoa escolhida também sempre é um cardial.
Ao total, existem 252 cardeais espalhados pelo mundo, porém, apenas 120 daqueles com menos de 80 anos podem participar da votação para a escolha do novo papa.
Após a morte ou renúncia de um papa — assim como aconteceu com Bento 16 no ano de 2013 —, os cardiais são convocados ao Vaticano, para a realização de um novo Conclave. Porém, se engana aqueles que pensam que tudo acontece de forma rápida.
Ao chegarem em Roma, no primeiro dia de Conclave, os cardeais celebram uma missa na Basílica de São Pedro, enquanto as votações só se iniciam no dia seguinte, quando todos se reúnem na Capela Sistina do Vaticano, onde é dada a ordem "extra omnes" ("todos fora" em latim), proibindo a presença de todos aqueles que não participam da cerimônia.
Durante todo o período de votação, os cardeais se isolam do mundo. Além de não poderem sair do Vaticano, eles também não podem ter qualquer tipo de interação com o exterior, sendo proibidos de assistir televisão, ler jornais, ouvir rádio, ou ter acesso à internet.
A partir de então, em todas as manhãs e tardes são realizadas duas votações até que os nomes dos candidatos ao cargo de papa sejam reduzidos à apenas um. Nas cédulas de votação, cada cardial pode escolher seu favorito por meio da frase "Eligio in Summum Pontificem" (“Eu elejo como Sumo Pontífice” em latim) acompanhado pelo nome do candidato. O novo papa só é eleito quando conquista dois terços dos votos.
Caso, até o final do segundo dia, o novo pontífice ainda não tenha sido escolhido, o terceiro dia será dedicado apenas à oração e contemplação, com a votação retornando apenas no quarto dia.
Durante o Conclave, diariamente, as cédulas são queimadas por duas vezes ao dia, como uma forma de dar notícias ao mundo exterior. Quando a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é preta, significa que a votação ainda não chegou a um resultado. Já quando a coloração é branca, é indicado que um novo papa foi escolhido oficialmente.
Quando todos os cardiais escolhem um novo Sumo Pontífice, ele é questionado se aceita a eleição canônica ao cargo, escolhe o nome que deseja ser reconhecido pelos fiéis, e coloca pela primeira vez as vestes de Santo Padre. Em seguida, os outros cardiais prometem obediência, e prestam homenagens.
Após todo esse procedimento, eles seguem para a sacada da Basílica de São Pedro, onde uma multidão aguarda para conhecer o novo pontífice, anunciando "habemus papam” (“Temos um papa”, em latim), seguida pela revelação do novo papa eleito.