Como Treinar o seu Dragão: Os animais reais que inspiraram a criação de Banguela

Na última semana, chegou aos cinemas brasileiros o filme “Como Treinar o Seu Dragão”, live-action que adapta a clássica animação da DreamWorks Animation lançada em 2010, saga inspirada nos livros de mesmo nome escritos pela autora inglesa Cressida Cowell.

Acompanhando os mesmos acontecimentos do longa animado, mas contando com algumas novas inclusões, a produção acompanha a história de Soluço, um jovem viking que não consegue se adaptar à tradição do local onde mora, a ilha de Berk: se tornar um guerreiro para eliminar dragões.

Enquanto tentava ser aceito e se sentir parte da comunidade, ele acaba se encontrando com Fúria da Noite, o dragão considerado como o mais temido e misterioso de todos. Os dois, no entanto, ao invés de se enfrentarem, acabam desenvolvendo uma amizade improvável, onde o animal acaba sendo nomeado como Banguela, prometendo transformar a maneira em que Berk lida com estes seres místicos.

Durante o live-action, o visual dos dragões, feitos com tecnologia CGI, conseguiu surpreender o público e a crítica especializada devido ao seu alto nível de realismo. Em entrevista à Variety, Dean DeBlois, diretor responsável pela nova adaptação e também pelas animações, creditou a empresa Framestore como a grande responsável por conseguir fazer com que os animais saíssem impecáveis.

Segundo o cineasta, a sua equipe e a da empresa, além de contarem com animadores “muito talentosos”, também foram lideradas por Christian Manz, supervisor de efeitos visuais, e Glen McIntosh, profissional que já trabalhou nos filmes de “Jurassic Park” como supervisor de animação, e tem grande conhecimento de paleontologia e criaturas grandes.

Na conversa, DeBlois disse que McIntosh “traz a paleontologia e o estudo de grandes criaturas e movimentos sutis para a Framestore, onde eles se especializam na criação de personagens excêntricos. Foi a fusão dessas duas coisas que nos permitiu ter personagens fotorrealistas que ainda tinham muita personalidade. Eles tinham personalidades e atributos muito específicos que tínhamos aprendido com os filmes de animação, mas em um cenário em que você acredita completamente neles”.

Mais que isso, Dean ainda revelou que, para criar Banguela, ele se inspirou em dois animais: salamandras e panteras-negras. De acordo com o diretor, a inspiração surgiu muito antes do live-action, ainda na época do primeiro filme de animação.

DeBlois começou explicando que, naquele tempo, “Tínhamos um monte de dragões desenhados com um senso reptiliano. Eles foram lindamente desenhados por Nico Marley. Eles tinham proporções cartunescos, e precisávamos reinventar o Banguela, porque o Banguela dos livros é um pequeno dragão do tamanho de um cachorro que fala”.

“Na nossa versão, precisávamos que o Banguela fosse grande, impressionante e perigoso, e uma lenda dentro da comunidade viking. Então, estávamos olhando ao redor, e um dia, vimos uma fotografia de uma pantera-negra pendurada em um galho de árvore, e era tão elegante, mas tão perigosa, e tinha aqueles olhos penetrantes. Pensamos: e se nos inclinarmos para o lado mamífero disso? Então, ele é 75% pantera-negra e 25% salamandra”, revelou o diretor.

O cineasta finalizou sua explicação dizendo: “Mas ele tem muitas daquelas qualidades felinas que vemos refletidas em nossos próprios animais de estimação. Banguela foi intencionalmente criado para fazer você pensar no seu cachorro e no seu gato em casa, porque há tantos vídeos engraçados no YouTube de animais de estimação que encontraram diretamente seu comportamento”.

“Como Treinar o Seu Dragão” já está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.