Saiba mais sobre a história da vida real responsável por inspirar a animação 'Anastasia'
Daniela Bazi Publicado em 21/11/2022, às 12h34
Há exatos 25 anos, era lançada pela Fox Animation Studios a animação “Anastasia”, considerada pela crítica especializada a melhor animação fora da Disney já lançada. O filme conta a história da princesa e grã-duquesa Anastásia, da Rússia, que fugiu junto de sua avó após o palácio imperial ser atacado por revolucionários, onde acaba batendo a cabeça e perdendo a memória enquanto tentava escapar.
No entanto, o que muita gente pode não saber é que a animação foi inspirada na história real da última família imperial da monarquia russa, os Romanov, mais especificamente em um rumor envolvendo a princesa Anastásia, sofrendo algumas adaptações para que pudesse se encaixar em uma trama com classificação livre para todos os públicos.
No ano de 1917, a população russa se encontrava em uma situação de extrema pobreza e miséria — algo que permanecia desde a Primeira Guerra Mundial, em 1915 —, e extremamente descontente com o czar Nicolau II, governante que estava no poder há mais de duas décadas.
Em fevereiro do mesmo ano, com a situação do país piorando cada vez mais, o povo realizou uma grande revolta na cidade de Petrogrado, capital da Rússia na época, gerando uma enorme preocupação no gabinete do czar, que sugeriu ao monarca sua abdicação.
Nicolau II deixou o poder em 15 de março de 1917, e foi enviado junto de sua família pelo novo governo para uma prisão domiciliar, com vigilância feita 24 horas. Após um ano presos, no dia 17 de julho de 1918, o czar, sua esposa Alexandra Feodorovna, seus cinco filhos, Tatiana, Olga, Maria, Alexei e Anastasia, ao lado de mais quatro empregados, foram mortos pelas tropas bolcheviques.
O destino final da família permaneceu escondido pelo governo russo por décadas, sendo identificados apenas em 1991. Desde o fim da família imperial, muitas pessoas passaram a se questionar sobre o que teria realmente acontecido com os Romanov, gerando inúmeros boatos.
Um dos mais populares afirmava que Anastasia havia sobrevivido, e poderia estar em algum lugar — algo que ganhou força quando seu corpo não foi encontrado junto com seus pais e irmãos na década de 90.
Na época do acontecimento, muitas pessoas passaram a acreditar que a grã-duquesa Anastásia havia sobrevivido aos acontecimentos de 1918, e muitas sósias da herdeira dos Romanov começaram a surgir por todo país, tentando ganhar o direito de toda a herança da antiga família imperial.
A mais famosa foi Anna Anderson, uma impostora que foi encontrada em um hospício na cidade de Berlim em 1920, e afirmava ser a princesa. Segundo a mulher, ela havia sobrevivido aos ataques, e foi salva por um soldado polonês, com quem se casou e recebeu seu sobrenome.
Cinco anos depois, a tia de Anastásia, Olga Alexandrovna, se encontrou com Anna, e afirmou que ela não era sua sobrinha. Felix Yusupov, marido de Irina, sobrinha de Nicolau II, também chegou a afirmar que Anderson não era Anastásia, “mas apenas uma aventureira, uma histérica doente e uma jogadora assustadora”.
A farsa de Anna Anderson só foi oficialmente confirmada após a sua morte, em 1984, quando exames de DNA foram feitos e os cientistas comprovarem que ela não possuía qualquer parentesco com os Romanov.
Já todo o mistério envolvendo o sumiço do corpo de Anastásia só foi resolvido em 2008, quando cientistas russos finalmente conseguiram encontrar as ossadas da grã-duquesa e de seu irmão, Alexei.
