Habitantes se refrescavam com sorvetes de macarrão no deserto mais quente do mundo
Redação Publicado em 05/09/2020, às 15h00
O Deserto de Lut, no Irã é o lugar mais quente da Terra. A temperatura ali já chegou a 70,7 °C, em 2005. Ainda assim, a região é bastante povoada desde a Antiguidade. Como os moradores dessa paisagem infernal se viravam antes das comodidades da refrigeração moderna?
Muito bem, aparentemente. No auge do verão, eles se refrescavam com o falude, espécie de sorvete de macarrão, e seus alimentos eram preservados a frio. Tinham casas frescas e o ar era úmido.
O segredo estava nos qanat, aquedutos subterrâneos inventados há 2,7 mil anos. Conectados à rede ficavam os yakhchal (em persa, fossa de gelo), depósitos de gelo que funcionavam como um refrigerador, inventados por volta de 400 a.C. Reservatórios rasos, protegidos por muros de até 10 metros de altura, que bloqueavam o sol e o vento, eram ligados aos qanat.
Durante o inverno, a água congelava durante a noite, e o gelo era estocado em uma sala subterrânea, protegida por um domo, com paredes de até 2,5 metros de espessura, coberto por uma mistura de areia, argila, clara de ovo, pelo de cabra, cinzas e cal. O resultado era um isolamento térmico quase perfeito.
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