Demi Lovato - Reprodução/Disney/Rachpoot/Bauer-Griffin/Getty Images
Demi Lovato

Pressão, culpa e mais: Demi Lovato fala sobre estrelato na Disney

Em recente entrevista, Demi Lovato revelou novos detalhes sobre os bastidores vividos por ela enquanto era uma artista do selo Disney

Izabela Queiroz Publicado em 14/08/2024, às 17h16

Cantora, compositora e atriz, Demetria Devonne Lovato, mais conhecida pelo nome artístico Demi Lovato, começou sua carreira como uma estrela ainda na infância, quando foi Angela no programa de televisão infantil, “Barney e seus amigos”, aos 6 anos. 

Ela também esteve no elenco da série “Quando Toca o Sino", em 2007, antes de, aos 15 anos, definir o seu lugar no Disney Channel e na indústria musical após uma busca nacional de talentos para o "Next Big Thing" (2008), que possibilitou, a partir de então, que ela desse vida ao papel que alavancaria sua carreira ao estrelato: Mitchie Torres, protagonista de "Camp Rock".

Foi após dar vida a adolescente que quer desesperadamente passar o verão em um acampamento de rock que Lovato pôde realizar shows ao redor do mundo inteiro, lançar álbuns como "Don't Forget "e "Here we Go Again", e estrelar outros grandes títulos da Casa como a série “Sunny entre Estrelas” e o filme “Programa de Proteção para Princesas”, onde atuou ao lado de Selena Gomez.

Ainda que ser uma artista Disney estivesse nos sonhos de Lovato, estar em frente aos holofotes não foi como a artista imaginou, como revelado por ela em entrevista exclusiva sobre “Child Star”, documentário dirigido por ela mesma que trará relatos de ex-estrelas mirins, concedia ao jornal The Hollywood Reporter, onde a artista relembrou alguns dos tópicos que lhe causavam pressão ao estar na indústria do entretenimento desde a tenra idade.

Eu estava cheia de gratidão, e havia essa sensação de admiração e excitação”, ela relembra. “Foi muito a fase de lua de mel da minha carreira, bem antes do trem começar a se mover de uma forma em que eu não conseguia bombear os freios.” 

No bate-papo publicado nesta quarta-feira, 14, Lovato relembrou um diálogo que teve em “Child Star” com a ex-colega de “Camp Rock”, Alyson Stoner, que deu vida a Caitlyn, onde as duas comentaram sobre pressão estética que sofriam nos bastidores, já que viam seus corpos passando por retoques em softwares de edição para que pudessem estrelar capas de revistas.

Mais que isso, também revelou sentir inveja das estrelas da Nickelodeon, onde a imagem que os artistas precisavam passar era mais livre, diferente da Disney, onde eles precisavam ser exemplos.

Na Disney, você se tornava esse modelo instantâneo, gostasse ou não", ela explica. "E como o Disney Channel era tão grande na época, também havia essa pressão tácita de que, se você cometesse um erro, sabia que havia milhões de pessoas apenas esperando para tomar seu lugar."

Em outro momento, Lovato também comentou sobre a afirmação de Stoner no documentário, onde ela disse que na época de “Camp Rock 2” (2010), conviver com a intérprete de Mitchie Torres era como 'pisar em cascas de ovos' devido aos problemas que a artista enfrentava com o uso se substâncias ilícitas e lutas com a imagem corporal. 

Sobre isso, Lovato admitiu sentir culpa sobre o tratamento que deu as pessoas que viviam ao seu redor na época, apesar de não lembrar com clareza dos acontecimentos de “Camp Rock 2” devido ao trauma que sofreu. 

Acho que já havia ultrapassado o limite do que eu poderia suportar emocional e fisicamente. E eu não sabia que o estrelato infantil poderia ser traumático, — e não é traumático para todos, mas para mim, foi. Penso nas pessoas do departamento de guarda-roupa do meu programa de TV, porque eu ia lá de mau-humor o tempo todo, e me preocupo com as estrelas convidadas que apareciam ou com os outros atores, ou com as pessoas durante 'Camp Rock 2'. E é fácil desculpar esse comportamento porque eu era muito jovem e estava sofrendo muito, mas sinto muito remorso, e essa é uma culpa que fica com você para sempre".

Devido às experiências de Lovato em frente às câmeras pelas quase duas últimas décadas, ela foi questionada sobre o que dirá aos filhos se eles quiserem seguir carreira em Hollywood. Pergunta a qual ela respondeu afirmando que quer que seus herdeiros tenham "a infância que eu não tive".

Eu diria: 'Vamos estudar teoria musical e prepará-la para o dia em que você fizer 18 anos, porque não vai acontecer antes disso'", disse. "'Não porque eu não acredite em você, ou não ame você, ou não queira que você seja feliz, mas porque eu quero que você tenha uma infância, a infância que eu não tive.'"

Ao fim do bate-papo, o entrevistador questiona Lovato se ela chegou a uma conclusão sobre o que ela buscava quando decidiu fazer um teste para o "Next Big Thing", a qual ela revelou que buscava o amor que não recebeu de seu pai biológico, Patrick Lovato, que faleceu de câncer em 2013, mas que desde a infância de Demi, não participava mais da vida da cantora e atriz.

Acho que parte de mim sempre pensou que se eu conseguisse entrar na indústria, receberia o amor do meu pai biológico que não tive. E ele estava preocupado, e acho que sempre busquei o sucesso porque sabia que isso me colocaria na linha de visão dele novamente e o deixaria orgulhoso de mim”, diz Lovato, com os olhos cheios de lágrimas. “Mas agora que lidei com esses problemas paternos, não preciso da indústria tanto quanto antes, e estou orgulhosa de mim mesma por chegar aqui.” 

Vale lembrar que mais detalhes sobre o passado de Lovato na Disney devem ser revelados em “Child Star”, além de declarações de ex-estrelas infantis como Drew Barrymore, Christina Ricci, JoJo Siwa e Kenan Thompson. O documentário estreia em 17 de setembro no Hulu.

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