Afinal, como a Tina, de 'Turma da Mônica', foi criada?

Nesta sexta-feira, 4, estreia em São Paulo o espetáculo “Tina — Respeito”, peça que adapta a Graphic Novel de mesmo nome escrita pela quadrinista Fefê Torquato, e lançada no ano de 2019.

A produção teatral, que acontece às sextas, sábados e domingos no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, contará com o retorno da atriz Isabelle Drummond ao papel de Tina, após viver a personagem pela primeira vez no filme “Turma da Mônica: Lições”, em 2021.

Mas, como Tina foi criada?

Segundo a explicação presente na própria Graphic Novel “Tina — Respeito”, Mauricio de Sousa, o pai da Turma da Mônica, teve a ideia de criar Tina na década de 1960, quando o movimento hippie se tornou uma febre no mundo. Com a popularização da onda “paz e amor”, o quadrinista pensou em criar uma nova personagem jovem, que utilizasse as gírias da época.

Cristina Lima e Sousa, a Tina, fez sua primeira aparição em 15 de fevereiro de 1970, na capa da Folhinha de S.Paulo 337, onde eram apresentados alguns dos novos personagens da Turma, com Nico Demo duvidando que eles poderiam fazer sucesso.

No início, a ideia era que a jovem fosse apenas coadjuvante das tramas de seu irmão, Toneco. Porém, acabou caindo no gosto do público e ganhando o protagonismo, fazendo sua estreia oficial em “Quadrinhos”, do jornal Folha de S.Paulo, em 5 de fevereiro de 1972.

Ainda em 72, seus grandes amigos, Pipa e Rolo, também fizeram sua primeira aparição, surgindo juntos em uma tirinha no rodapé da página de Horácio na Folhinha de S.Paulo 462, publicada em 9 de julho. Contudo, a estreia em quadrinhos aconteceu em datas diferentes do mesmo ano: Rolo em 6 de agosto, e Pipa em 23 de julho.

Em suas revistas, também somos apresentados a mais pessoas de sua família além de Toneco, como o pai, Durval, a mãe, Dulce, e Vovoca. Durante suas histórias, descobrimos que, após terminar a escola, a personagem se formou em jornalismo na Universidade Nova Estrela, e que passou a morar na região.

Em 1977, Tina ganhou um novo visual, deixando de lado o estilo hippie — já que, na época, esse estilo já estava ultrapassado e a moda era a Discoteca, conforme dito pela Veja São Paulo —, e ganhando traços de uma mulher adulta.

Com o passar dos anos, o visual de Tina continuou sendo atualizado, para sempre acompanhar as tendências dos jovens de cada época. Da mesma forma, a personagem também permanece sendo o nome escolhido pela Mauricio de Sousa Produções para refletir as vivências da juventude, falando abertamente de assuntos mais maduros do que os apresentados nas histórias principais da Turma da Mônica, que é voltada para o público infantil, como aceitação do corpo, bullying, machismo, trabalho, entre outros.