Laysa Peixoto foi responsável por encontrar um asteroide em 2021 no programa científico IASC promovido pela NASA
Já pensou estudar o universo e descobrir um asteroide? A brasileira Laysa Peixoto não só imaginou, como tornou essa idealização uma realidade após participar de um projeto da NASA como voluntária, analisando imagens de telescópios.
Mas não só isso, a jovem, que ainda é estudante de física, teve a oportunidade de participar do treinamento de astronautas da NASA, sendo não só a única brasileira, mas também a única estrangeira do time, a sentir o gostinho de estar mais perto do espaço.
Caso você tenha ficado curioso sobre como uma menina nascida em Minas Gerais conquistou esses enormes feitos, não deixe de conferir sua história abaixo!
As obras de ficção foram os primeiros guias de Laysa rumo ao estudo das galáxias, planetas e astros visto que desde pequena, ela gostava de acompanhar as histórias de "Star Wars" e "Star Trek", assim como a série documental "Cosmo", que era apresentada pelo famoso astrônomo Carl Sagan.
Eu fiquei maravilhada ao ver aquelas lindas imagens do Universo. Desde aquele momento, isso ficou na minha cabeça, eu queria entender como o Universo funcionava", contou Laysa, em entrevista ao Aventuras na História.
Com a curiosidade como combustível, Laysa começou a adentrar a área que até então, ela tinha acompanhado apenas nas produções cinematográficas, primeiros passos esses que foram dados ainda na escola, onde ela participou de eventos como a Olimpíada Brasileira de Astronomia e a Olimpíada Brasileira de Satélites.
Assim, após o ensino médio, a mineira passou a estudar física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), período em que suas conquistas no campo astronômico começaram a atingir novos degraus.
Já na faculdade, Laysa passou a participar de projetos extracurriculares voluntários, como é o caso do “Desbravadores do Universo”, iniciativa realizada para apoiar a pesquisa sobre o universo, onde ela transcreveu os cadernos de astrônomas como de Annie Jump Cannon e Henrietta Leavitt, que trabalharam no Observatório de Harvard entre os séculos 19 e 20.
Outro projeto em que a jovem brasileira marcou presença foi o de análise de imagens de telescópios, promovido pela NASA. Nesse serviço voluntário, Laysa analisava fotos em busca de encontrar qualquer sinal de movimentação no céu.
Foram muitos meses analisando diferentes pacotes de imagem, enviando relatórios, foram muitas horas dedicadas", descreveu a estudante ao Aventuras na História.
O longo trabalho teve um resultado impressionante, visto que em uma de suas análises, Laysa, encontrou um asteroide. Esses corpos celestes possuem grande importância para a astronomia e para todos no universo, já que estas rochas espaciais podem até mesmo colidir com a Terra.
A descoberta foi feita em agosto de 2021, quando a garota tinha apenas 18 anos, e deixou o nome de Laysa marcado no espaço, pois o asteroide foi intitulado LPS0003, cujas consoantes representam as letras iniciais do nome e sobrenome da mineira.
Após a conquista, a estudante se candidatou para o processo seletivo de treinamento de astronautas da NASA, ao qual se tornou a única brasileira do time, experiência que ela detalhou ao Aventuras na História:
Fui tripulante da Expedição 36 do Advanced Space Academy e foi extraordinário. Tive aulas teóricas da física das missões espaciais, aulas de astrofísica e astronáutica, aulas sobre as missões espaciais de frente aos artefatos originais que foram ao espaço, conheci e conversei com astronautas veteranos da Nasa, e muito mais!", contou.
A visita a sede da agência espacial norte-americana durou uma semana, e lá, Laysa pôde participar de simulações de operações em condições de microgravidade, realizar reparos em satélites, e vestir o traje de astronauta, experiência que Laysa descreve como o momento mais singular e emocionante da sua vida. “Senti algo indescritível”, completou.
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Além disso, a experiência envolveu três testes realizados em uma réplica da Estação Espacial Internacional (ISS). As situações tinham como objetivo colocar em prática os conhecimentos obtidos e prepara-los para uma missão espacial de verdade.
Hoje, Laysa tem 19 anos e está no segundo ano de física na UFMG, onde também faz pesquisas em astrofísica. No entanto, seu grande objetivo se tornou ser uma astronauta, quem sabe, a primeira mulher brasileira da história a deter o título. Atualmente apenas duas pessoas nascidas no Brasil foram ao espaço, e ambos são homens. São eles: o astronauta Marcos Pontes e o engenheiro Victor Correa Hespanha, que viajou como turista em um voo privado da Blue Origin.
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Antes que isso se torne realidade, Laysa já tem seu próximo evento marcado, visto que participará do HSM+, a maior convenção de gestão empresarial da América Latina, onde fará uma palestra no painel “Estrelas do novo tempo: as mulheres que estão revolucionando a astronomia” que ocorrerá nos dias 22 e 23 de novembro deste ano.
A mineira estará ao lado de grandes nomes como a Dra. Cady Coleman, astronauta norte-americana, com mais de 180 dias no espaço, obtidos durante duas missões em space shuttles e em uma expedição de seis meses à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), em que foi líder de robótica e Lead Science Officer.