Usado em embalagens, copos, escovas de dente e muitos outros objetos, o plástico faz parte das nossas vidas. Mas será que isso é bom?
O plástico começou a ser usado no cotidiano das pessoas em 1909, nos Estados Unidos, com copos descartáveis. A ideia era reduzir riscos de contaminação e a disseminação de doenças (antes, existiam xícaras comunitárias). Ou seja, o plástico é higiênico, resistente, tem baixo custo e é maleável — pode ser moldado em diversas formas e colorido em várias cores.
Hoje, o plástico está presente em produtos que nem imaginamos e sem os quais não vivemos: corações artificiais, próteses, estrutura de construções, aviões, foguetes... O problema, no entanto, está na biodegradação (decomposição na natureza): leva até 450 anos! Além disso, o ser humano usa mal o plástico. Apesar do tempo que leva para se decompor, ele é totalmente reciclável e poderia ser melhor reaproveitado.
Do que é feito?
Em geral, o plástico é derivado de petróleo e polietileno (composto por hidrogênio e carbono). Naturalmente, ele se degrada pela ação de bactérias, que estão na terra e no ar e se alimentam dos carbonos. Como as ligações entre os átomos do plástico são muito estáveis, os microrganismos não conseguem quebrá-lo em partes menores, que seriam destruídas mais rapidamente. É aí que ele permanece por séculos na natureza.
Atualmente, são desenvolvidos plásticos feitos de fontes como a cana-de-açúcar, a beterraba ou o milho. A vantagem é que esse tipo se decompõe em, no máximo, dois meses. O problema é o alto custo de produção: cerca de oito vezes maior que o do plástico à base de petróleo.
Outras opções
Papel e vidro nem sempre são melhores do que plástico. O papel vem das árvores (são necessárias muitas delas para obter a quantidade de papel que usamos) e é tratado quimicamente. Para o vidro, é preciso grande quantidade de água (para a desinfecção das garrafas retornáveis, por exemplo). Além disso, por ser bem mais pesado, requer mais combustível na hora do transporte feito por caminhões — com isso, o ar fica mais poluído.
O ideal é pensar antes de usar objetos de plástico: quando for ao mercado com seus pais, levem sacolas retornáveis; não jogue lixo na rua ou em rios; e descarte produtos recicláveis, como os feitos de plástico, em lixeiras apropriadas (a do plástico é vermelha).
Consultoria: Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e Edgar Tardelli (professor de química ambiental da PUC-SP).