Descubra como as brincadeiras podem ajudar no relacionamento familiar e como a diversão pode ser transformada em boas ações
Pular corda, jogar amarelinha, brincar de pique-esconde, ler um livro, montar um quebra cabeça — independente da diversão, as brincadeiras proporcionam aos pequenos o exercício da a imaginação, assim como os ajudam a aprender coisas novas e ter estímulos que auxiliam no desenvolvimento infantil, afinal brincar é uma das ações mais importantes da infância!
Ainda assim, quando as brincadeiras são realizadas junto aos pais, os benefícios se expandem ainda mais, visto que aproxima os laços familiares, já que o exercício traz tempo de qualidade a família e cria memórias que serão guardadas com carinho pelas crianças e por aqueles que as colocaram no mundo.
Além disso, Mariana Lima, psicóloga, educadora parental e especialista em neurodesenvolvimento infantil, revela que quando os pais brincam com seus filhos, o momento é transformado, também, em uma demonstração de amor.
Elas esperam que vocês estejam presentes num momento importante da vida delas. Então, quando os pais brincam com as crianças é como se fosse uma representação clara de amor: ‘Meu pai me ama. Ele gasta tempo brincando comigo’. Então vocês podem, através do brincar, demonstrar também amor e carinho”.
No entanto, existe um problema que tem se tornado cada vez mais recorrente: a falta de tempo dois pais para se dedicar as brincadeiras com os filhos no dia a dia, algo que Mariana afirma se encaixar na cultura da exaustão, onde as pessoas sentem viver no piloto automático, deixando que o sentimento de exaustão tome conta de toda a agenda.
Com isso, a psicóloga defende a necessidade de definir quais são as prioridades, organizando e planejando momentos para se dedicar aos pequenos não apenas aos finais de semana, mas sim, diariamente, a fim de manter um relacionamento saudável com os pequenos.
A criança quer por perto quem ensina, quem passa momentos com ela. O pai ou a mãe nesse caso vai ter que correr muito atrás no final de semana para conseguir reconquistar essa confiança. Então assim, a todo final de semana eu ter que reconquistar ali a confiança do meu filho é complicado. Então, nem que seja um pouquinho por dia, minutos por dia, quinze minutos por dia, é legal pensar: ‘Eu vou brincar com meu filho, eu vou brincar do que ele gosta.’”
Mais que isso, a educadora parental reflete sobre o uso de telas no momento de diversão, destacando que, muitas das vezes, elas são usadas em situações em que a criança poderia estar vivendo uma ação real.
Hoje em dia há uma exploração grande da tela, videogame, televisão. Isso sobrecarrega o neurológico de uma criança que estaria apta a explorar, andar na natureza, brincar de corre-corre, brincar de pula-pula, brincar de esconde-esconde e o que acontece? Ela está lá voltada para a tela. E a tela não traz um experimento real. É uma situação que não é realidade. É uma meia socialização com quem? Não conheço.”
Ela destaca também que o uso pode ser bem-vindo quando orientado e acompanhado pelos pais seguindo as regras da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde, crianças de dois a cinco anos podem consumir, no máximo, uma hora por dia na tela, enquanto as crianças de seis a dez anos, podem aproveitar esses recursos por duas horas.
Toda brincadeira é válida! Ainda assim, Mariana recomenda aquelas que permitam que pais e filhos troquem conhecimentos.
No caso de jogos de tabuleiro, é muito importante que os pais participem desses jogos, mostrem regras e ensinem a jogar. Por exemplo, Banco Imobiliário que é um jogo mais complexo, ou Jogo da Vida, onde os pais podem ser os juízes ou também podem ser participantes e acompanhar essa criança no desenvolvimento desse jogo. É importante porque mostra que o pai ou mãe se importa. Quando o filho sente que os pais se importam, ele se sente amado. Então é essencial esse momento de brincadeira em conjunto.”