Apesar de ser fazer parte das narrativas dos contos de fadas, 'A Bela e a Fera' tem inspirações em uma história real
Publicado em 19/05/2022, às 18h17 - Atualizado em 22/11/2022, às 11h30
Sendo um dos clássicos entre as histórias de contos de fadas, “A Bela e a Fera” aborda a história do romance impossível entre uma doce e bondosa jovem e uma criatura monstruosa que passam a viver juntas em um castelo.
Apesar de ser uma história de ficção francesa, escrita por Gabrielle-Suzanne Barbot, e publicada pela primeira vez em 1740, a narrativa dos personagens tem inspirações bem reais, visto que trazem um olhar criativo da vida de Petrus Gonsalvus, um homem nascido em 1537 no Tenerife — Ilhas Canárias (um arquipélago espanhol).
Petrus era um garoto diferente dos demais devido a uma condição médica que fazia com que seu corpo e rosto fossem completamente cobertos por pelos espessos, exceto pelas palmas das mãos e solas dos pés, particularidades associadas a de um lobisomem.
Essa característica hoje é conhecida como Hipertricose, mas, no século 16, era algo desconhecido e visto como assustador pela população. O fato despertou a curiosidade da corte francesa em 1547, que passou a acreditar que o garoto, na época com apenas dez anos de idade, era algum tipo de animal exótico de estimação.
Assim, sobre o nome de Dom Petrus Gonsalvus, o jovem viveu boa parte de sua vida na corte como um experimento, onde era monitorado e avaliado, pois o rei acreditava que ela não tinha capacidade de aprendizado. No entanto, o rapaz mostrava-se cada vez mais intelectual e apresentava ter classe como todos ao seu redor.
Com o passar dos anos, Petrus começou a se tornar um homem forte, e despertou o interesse da rainha Catarina de Médici em encontrar uma jovem para se casar com ele, pois ela tinha curiosidade em saber como seriam os seus filhos.
Assim, escolheram a bela Catarina, filha de um serviçal da Corte, com o intuito de avaliar qual seria o comportamento de Petrus diante aquela situação — acreditando que o evento faria com que “o lado animal” do rapaz viesse à tona.
O casamento forçado entre os dois aconteceu em 1573, quando Petrus completou 17 anos de idade, surpreendendo a corte ao não demonstrar nenhum comportamento animalesco, mas sim, se adaptando ao novo status e conhecendo sua nova esposa.
Ao longo do tempo, o casal teve sete filhos, onde quatro deles herdaram a condição de Petrus. A característica fez com que eles fossem exibidos e presenteados como animais de estimação para aristocratas quando a família viajou para a Corte Real.
Por fim, os últimos dias da vida de Petrus foram passados em Capodimonte, no Lago Bolsena, na Itália, lugar para o qual tinha viajado anos antes com sua esposa e que foi o último a morar, visto que faleceu em 1618, por volta dos 80 anos de idade, deixando Catarina viúva.