No momento do susto, o corpo reage: você arregala os olhos, o coração dispara e rola até uma tremedeira
Quando você está em perigo — é assim que o cérebro interpreta um susto —, as glândulas suprarrenais (acima dos rins) liberam um hormônio na corrente sanguínea que prepara o corpo para fugir. É a adrenalina. Ela provoca uma série de efeitos:
Ao cair na corrente sanguínea, um dos primeiros efeitos da adrenalina é a aceleração dos batimentos cardíacos — eles ficam mais rápidos para enviar sangue mais rápido para áreas do corpo que nos ajudam a fugir, como por exemplo, os músculos. Isso faz a pressão arterial aumentar por causa do fluxo de sangue intenso.
Os músculos das pernas se contraem, pois estão se preparando para correr. Daí vem a tremedeira. Essa reação ajuda a consumir o excesso de adrenalina no corpo.
O sangue se concentra mais nos músculos e nos órgãos vitais, como coração e cérebro. Assim, áreas como o rosto ficam menos irrigadas e acabam ganhando cor esbranquiçada.
A adrenalina dilata as pupilas — é aquela parte preta do olho que tem a função de controlar a entrada e saída de luz —: quando elas estão maiores, entra mais luz nos olhos e enxergamos melhor.
Além de causar tremedeira, a contração muscular também é responsável pelo arrepio dos pelos. Só que isso não tem função em nós, humanos modernos, essa reação é só uma herança de nossos ancestrais — antigamente eles serviam para proteger ferimentos da pele, por exemplo.
Na hora do susto, nossas reações são controladas por uma região do cérebro chamada sistema límbico. Ele regula as emoções e também está ligado à memória e ao aprendizado.
Consultoria: Sonia M. Dozzi Brucki (membro do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia).