Séculos atrás, quando o Brasil ainda era comandado por Portugal, o território ganhou divisões bem diferentes das atuais
Silvia Regina Publicado em 19/11/2019, às 13h05 - Atualizado em 22/02/2022, às 16h00
Para proteger o território recém-descoberto do Brasil e explorar as riquezas que existiam por aqui, o rei português João III criou, em 1534, 15 capitanias hereditárias: pedaços de terra doados a homens de confiança do rei (os capitães donatários), que deveriam manter a ordem no local. Eles poderiam explorar a área, desde que mandassem uma parte do que conseguissem para Portugal.
Do litoral para dentro
Como o interior do Brasil ainda não era muito conhecido pelos portugueses, as capitanias hereditárias foram divididas a partir do litoral. Elas tinham 50 léguas (300 quilômetros) ou mais a partir da costa litorânea indo em direção ao interior do país. Mas, no começo, os limites entre uma capitania e outra não eram bem determinados.
Entre gerações
Caso o donatário morresse, a capitania seria administrada pelo herdeiro dele — daí o nome capitanias hereditárias. Algumas vezes, o herdeiro elegia outra pessoa para cuidar território — eram os loco-tenentes, que representavam os interesses do donatário.
Problemas à vista!
A história não deu tão certo quanto o rei português imaginou. Metade dos donatários nem conseguiu chegar ao Brasil para tomar posse das terras. Alguns passaram o território para outros donatários, uma parte morreu em naufrágios pelo caminho ou guerreando com os índios e ainda houve aqueles que lutaram contra os próprios portugueses que já habitavam essas terras.
É o fim!
Diante de tantos problemas, em 1548, o rei português mudou o sistema de administração das terras brasileiras: surgia o governo-geral, com Tomé de Sousa como primeiro governador-geral. Ele era um representante dos interesses da Coroa Portuguesa e deveria cuidar da arrecadação de impostos, da defesa das terras e da resolução de conflitos internos que pudessem existir. Aos poucos, as capitanias foram sendo readquiridas pelo rei português até serem extintas.
Veja quem tomava conta das terras brasileiras:
Capitanias São Vicente: Martim Afonso de Souza
Capitanias Santana e Santo Amaro: Pero Lopes de Souza
Capitania São Tomé: Pero de Góes
Capitania Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho
Capitania Porto Seguro: Pero do Campo Tourinho
Capitania Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia
Capitania Bahia de Todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho
Capitania Pernambuco: Duarte Coelho
Capitania Itamaracá: Pero Lopes de Souza
Capitania Rio Grande: João de Barros e Aires Cunha
Capitania Ceará: Antônio Cardoso de Barros
Capitania Maranhão (lote 1): Fernando Álvares de Andrade
Capitania Maranhão (lote 2): João de Barros e Aires Cunha
Consultoria: Fernanda Sposito (historiador da Unicamp).
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