Mary Poppins (1964) - Reprodução/ Disney
Mary Poppins

59 anos de Mary Poppins: Autora original não gostava do filme da Disney; entenda!

Descubra por que Pamela Lyndon Travers negou que Mary Poppins se tornasse um longa-metragem durante vinte anos

Redação Publicado em 27/08/2023, às 12h00

Um grande clássico da Disney, “Mary Poppins” chegou aos cinemas em 1964. A trama, que acompanha uma babá que surge dos céus com seu guarda-chuva para ajudar uma família atrapalhada e trazer diversas aventuras memoráveis, completa neste domingo, 27, exatos 59 anos desde que passou a ser adorado por diversas gerações.

Dirigido por Robert Stevenson, o longa que venceu 5 prêmios Oscar é uma adaptação da obra de mesmo nome escrita por Pamela Lyndon Travers, que foi publicada originalmente em 1934, em Londres, se tornando o primeiro de uma série de oito livros infanto-juvenis lançados pela autora.

Ainda assim, o que poucos podem imaginar, é que a Travers não gostava do filme estrelado por Julie Andrews, e relutou por décadas a ideia de deixar sua obra ser transformada em um produto cinematográfico, ainda que para muitos, a ideia de ter sua história adaptada pela Casa do Mickey seja um grande sonho. — Mas, por que isso aconteceu?

O portal Screenrant afirma que Travers achava que a versão da Disney para Mary Poppins era legal demais. Além disso, o fato do filme trazer elementos musicais junto a trama contada em live-action e animação deixava a escritora ainda mais incomodada.

A revelação desses tópicos foi concedida pelo compositor Richard Sherman, ao relembrar que ele e seu irmão, Robert, ao lado do escritor Don DaGradi, tiveram que negociar com Travers por duas semanas em 1961 até que o enredo estivesse de acordo com as exigências feitas pela escritora australiana. 

Sra. Travers foi muito, muito difícil”, relembrou Richard a Variety. “Nunca tive tantos problemas”, diz Sherman. “Foi uma alegria trabalhar depois que finalmente conseguimos os direitos. Foi um elenco dos sonhos. Mas essas duas semanas eu odiaria passar de novo.”

Ele também detalhou como foi o processo de composição das músicas, revelando que “ela [Travers] odiava tudo”. Inclusive, a autora pedia que Richard não inventassem palavras, como Bert, o limpador de chaminés, rimando “responsável” com “constable”. “Ela disse: 'Desfaça isso'. Oh Deus, isso nos matou”, contou Sherman.

Ainda que a negociação entre os compositores e Travers tenha sido difícil, essa foi apenas a ponta do iceberg. Isso porque, o próprio Walt Disney tentou fazer com que ela concedesse os direitos para Mary Poppins durante 20 anos. 

O empresário, produtor, animador e roteirista tinha um interesse pessoal para que a história saísse do papel e fosse para as telonas, visto que sua filha havia se apaixonado pelo livro e ele prometeu a ela que o transformaria em filme. 

Sua insistência foi recompensada duas décadas depois, apenas porque, Mary Poppins já não estava mais vendendo como antes nas livrarias, o que fez com Travers cedesse ao pedido de Walt, pois precisava do dinheiro, segundo o Screenrant.

Como resultado, o filme foi um sucesso, e rendeu uma continuação em 2018 sob o título “O Retorno de Mary Poppins”, além do filme derivado “Walt nos Bastidores de Mary Poppins”, lançado em 2014, onde a história da negociação entre Travers e a Disney é contada.

Apesar dos dois filmes subsequentes, o Screerant afirma que a autora não aprovaria tais títulos, visto que, no testamento de Travers, ela incluiu uma cláusula solicitando que nenhum de seus trabalhos fosse adaptado pela Disney novamente.

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