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Viva a História / Santos Dumont

150 anos de Santos Dumont: Por que o resto do mundo não o reconhece como o pai da aviação?

Descubra a resposta por trás deste questionamento sobre Santos Dumont que permanece até os dias atuais na mente de diversos brasileiros

Redação Publicado em 20/07/2023, às 10h00

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O aviador Santos Dumont - Domínio Público/ Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos
O aviador Santos Dumont - Domínio Público/ Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

Esta é uma questão que gera debates bizantinos — mas só no Brasil. Para o resto do planeta, os irmãos Orvile e Wilbur Wright, americanos, inventaram o avião. Sim, inclusive a França. Estamos sendo injustiçados pelo resto do planeta? Ou será um caso de verdade alternativa nacional — mais ou menos, guardadas as devidas diferenças, como na Turquia, único lugar do mundo onde o genocídio armênio não aconteceu?

Vejamos. Os que acusam a humanidade não brasileira de incurável estupidez costumam reduzir a disputa entre dois voos. Em 12 de novembro de 1906, em Paris, o 14-Bis voou 220 m em 21,5 segundos. Em 17 de dezembro de 1903, na Carolina do Norte, o Flyer I teria voado 260 m em 59 segundos.

Mesmo se fosse uma farsa o voo do Flyer — por razão da forma da decolagem —, a verdade é que ambos os voos não são tão importantes assim: os aparelhos voaram em linha reta, a baixa altitude e curta distância. Enfim, foram apenas testes bem-sucedidos de protótipos.

E, nisso de protótipo, já em 1890, o francês Clément Ader deu um pulinho de 50 m a 20 cm do chão, com uma máquina motorizada. E o alemão Otto Lilenthal fez mais de 2 mil voos com seu planador. E esses são apenas dois dos muitos candidatos a primeiros humanos a voar: os turcos afirmam que Hezârfen Ahmed Çelebi voou por mais de 3 km através do Estreito do Bósforo no século 17.

Mas um avião não é uma máquina que voa em linha reta. É um aparelho cujo voo é (e necessariamente tem de ser) controlado: ele sobe, desce, faz curvas, permanece no ar enquanto o piloto quiser ou o combustível durar. Nem o 14-Bis, nem o Flyer I, nem nada que veio antes foram capazes disso.

Primeiro avião de verdade

O mérito real dos irmãos Wright não foi o Flyer I, mas o Flyer III. Em 5 de outubro de 1905, Wilbur voou por 39 longos minutos e 38,5 km, com diversas voltas sobre um campo em Dayton, Ohio. Isso foi antes do 14-Bis, mas aí a coisa já está muito além de uma prioridade em voos de protótipos — o que o Flyer III marca é a construção do primeiro avião de verdade, capaz de voo controlado.

++Leia a matéria completa no site Aventuras na História, parceiro da Revista Recreio.