Descubra qual a história do mito grego que conta a trama da primeira princesa da Disney: Perséfone!
Publicado em 01/06/2024, às 12h00
Em 1934, a Disney lançou a sua primeira princesa: Perséfone, filha de Zeus, o rei dos deuses e senhor do Olimpo, com Deméter, a deusa da colheita e da fertilidade. A personagem surgiu através da animação "A Deusa da Primavera", curta-metragem que pertence à série Silly Symphonies, e acompanha o rapto de Perséfone, realizado pelo deus do submundo, Hades, que foi responsável por trazer um longo inverno a humanidade. Veja:
O título, que também marca a primeira vez que a Disney produziu um filme animado onde um humano é visto, assim como a estreia do uso das Folhas de Design de Personagem, é uma adaptação de um antigo mito grego intitulado “Rapto de Perséfone”.
Considerada deusa da colheita e da fertilidade, assim como sua mãe, Démeter, os gregos acreditavam que Perséfone era responsável por trazer bons frutos para as plantações, e por garantir uma boa vegetação para que a humanidade pudesse usufruir.
Além disso, devido aos seus feitos, era também vinculada a primavera, período do ano em que ocorre a floração de uma série de plantas. Mais que isso, ela também era se tornou conhecida como rainha do submundo por ser esposa de Hades.
Como divindade, Perséfone era cultuada pelos gregos na Antiguidade no culto agrário conhecido como Mistérios de Elêusis, onde Démeter era a principal deusa cultuada. Esse evento, que alguns acreditam ter sido criado pelos micênicos e outros pelos cretenses, era realizado duas vezes ao ano: na primavera e na passagem do verão para o outono.
O ritual religioso secreto se estabeleceu na cidade de Elêusis, localizada na Ática, região da Grécia Continental por volta de século 16 a.C., como explica o portal Escola Kids, e apenas iniciados poderiam realizá-lo a fim de garantir paz em vida e após a morte.
Posteriormente espalhado por outras partes do mundo devido à influência cultura grega, chegando em lugares como a Sicília, na península itálica, os Mistérios de Elêusis se manteve popular até por volta do século 4 d.C, quando o cristianismo foi difundido mais fervorosamente no império romano.
Vale mencionar que o culto incluia encenações do Rapto de Perséfone, mito que começa narrando a ida de Hades para a Terra a fim de analisar o andamento da guerra travada entre deuses gregos e gigantes, visto que ele se preocupava com a possibilidade do submundo se tornar exposto aos raios solares devido ao conflito.
No entanto, ao deixar o seu reino, Hades foi flechado por um dardo lançado por Eros, filho de Afrodite e conhecido como deus do amor, o tornando propício a se apaixonar. Como resultado, o deus do submundo se apaixonou por Perséfone, a primeira que viu após ser atingido, que, quando foi avistada por ele, estava colhendo flores em uma pradaria.
Disposto a viver seus dias ao lado da deusa, Hades a raptou, colocando-a à força em carruagem. Ela foi levada contra a sua vontade para o submundo para se casar com Hades — união essa que algumas versões do mito afirmam que foi realizada com autorização do pai de Perséfone e Deus supremo do Monte Olimpo, Zeus.
No entanto, ao notar que Perséfone havia desaparecido, Deméter ficou desolada e procurou pela filha incansavelmente. Sem a encontrar, a deusa da colheita e da fertilidade decidiu se isolar em um templo que havia sido construído para ela em Elêusis, colocando o mundo em um longo inverno que levou a humanidade a fome e miséria.
Com o sofrimento, os humanos diminuíram as oferendas aos deuses, o que levou Zeus a intervir no relacionamento de Hades e Perséfone, negociando a estadia da filha no submundo ao propor que ela passasse apenas meio ano longe de sua mãe, Deméter, a fim de trazer harmonia novamente entre os deuses e as pessoas.
Essa decisão de Zeus dá origem as estações do ano, segundo a mitologia grega, visto que o período que Perséfone voltava ao submundo correspondia ao outono e do inverno, já quando estava com Deméter, era quando o sol voltava a brilhar, os animais saiam de suas tocas e as flores começavam a desabrochar, ou seja, na primavera e verão.