Entenda qual é a principal diferença entre k-dramas e doramas, e qual é a forma correta de chamar cada produção
Nos últimos anos, as séries sul-coreanas têm se tornado cada vez mais populares ao redor do mundo, quebrando recordes de audiência nas plataformas de streaming. Com o crescimento de sua popularidade, as produções passaram a ser conhecidas por muitos como “doramas”, e seus fãs de “dorameiros”.
Apesar do termo “dorama” existir há anos, você sabia que esta não é a forma correta para se referir às séries produzidas na Coreia do Sul? Não se preocupe, a RECREIO explica para você!
A forma correta para chamar as séries sul-coreanas é k-drama, uma abreviação do termo “korean drama”, ou “drama coreano” em livre tradução. Conforme repercutido pelo portal Jovem Nerd, essas produções surgiram na década de 1960, influenciadas pelas novelas japonesas dos anos 50, com “Gukto malli (국토만리)” sendo o primeiro k-drama a ser exibido na televisão da Coreia do Sul, em 1962, pela emissora KBS.
Entre os k-dramas mais populares, podemos citar “Round 6”, “Beleza Verdadeira”, “Pousando no Amor”, “Rainha das Lágrimas”, “Descendentes do Sol”, “Uma Advogada Extraordinária”, “Boys Over Flowers”, “Vinte e Cinco, Vinte e Um”, entre outros.
Já a palavra “dorama” é utilizada para se referir a produções feitas no Japão, incluindo séries e novelas — que possuem formato semelhante às clássicas novelas brasileiras. O termo surgiu derivado da pronúncia japonesa da palavra “drama”, que soa como “dorama”, e acabou se popularizando internacionalmente como um sinônimo para se referir a qualquer tipo de seriado vindo do leste asiático.
Alguns dos doramas mais famosos são: “Alice in Boderland”, “Um Caso de Amor Incurável”, “Good Morning Call”, “Consumidas Pelo Fogo”, “Esposas De Aquário”, e outros.
Vale destacar também que, apesar de, hoje em dia, ter se tornado comum chamar k-dramas de doramas, e muitas pessoas acreditarem se “a mesma coisa”, a Associação Brasileira dos Coreanos considera o ato como preconceituoso e generalizador, conforme noticiado pelo jornal Estadão no ano passado.
Isso porque, em 2023, a Academia Brasileira de Letras (ABL) adicionou a palavra “dorama” como parte de seu vocabulário oficial, sendo definida como “Obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral, com elenco local e no idioma do país de origem”.
Ver essa foto no Instagram
Segundo o Estadão, a associação sul-coreana que é representada por professores da USP e da UFF, defendo o fato de que, por ser uma palavra com origem japonesa, ela não deve ser utilizada para se referir a produções de outros países do continente.
A confusão entre os termos também traz de volta períodos históricos conturbados entre o Japão e a Coreia do Sul. Isso porque, entre os anos de 1910 e 1945, a Coreia, que ainda estava unificada, foi ocupada pelos japoneses, em um regime baseado em violências, terror e repressão cultural, onde o povo não podia sequer utilizar seu próprio idioma ou nomes de origem coreana.
Os japoneses só deixaram o país em 1945, com o fim da 2ª Guerra Mundial, após o Japão se render aos Aliados. Anos após, o governo japonês chegou a pedir desculpas por todos os crimes cometidos naquela época, porém, muitos moradores de ambos os países ainda guardam mágoas deste período.