Conheça mais sobre a história do povo polinésio, habitantes da região chamada de Polinésia que serviram de inspiração para 'Moana'
Em 'Moana - Um Mar de Aventuras' (2016) e 'Moana 2', filme que estreará em 2024, há personagens com várias tatuagens. . Isso era mesmo uma característica do povo polinésio antigo — a animação se passa há cerca de 2 mil anos. A partir da adolescência, o jovem tinha a pele desenhada, usando instrumentos de bambu, osso ou madeira (e pigmentos feitos de fuligem e água). A tatuagem identificava a ilha de origem e a posição hierárquica daquela pessoa na sociedade.
Há cerca de 4 mil anos, os polinésios (habitantes da região chamada de Polinésia, no Oceano Pacífico) foram descobrir o mundo! Eles partiram de ilhas como Nova Guiné e Salomão para encontrar outros territórios próximos, como as ilhas Fiji, Tonga e Samoa.
Os polinésios eram espertos: para evitar o fim dos recursos naturais de uma região, colonizavam novos locais. Assim, mesmo estabelecidos em algumas ilhas do Pacífico, foram além! Entre os anos 800 e mil, chegaram ao Havaí. Depois, por volta de 1200, atingiram a Ilha de Páscoa (atual território do Chile) e a Nova Zelândia.
Os polinésios antigos não tinham instrumentos de localização, como bússolas, para navegar. Mesmo assim, conseguiam direcionar os vakas (canoas, no idioma deles) seguindo alguns sinais: as estrelas, os voos de aves migratórias, a formação de ondas e correntes no mar, o vento e a cor das nuvens. Eles ainda sabiam que havia terra por perto graças à fumaça dos vulcões da região.
Os vakas, em geral, tinham duas velas em formato de triângulo feitas de fibras de coco. Com o tempo, o visual foi mudando, mas as características principais foram mantidas: cascos interligados e forquilhas (flutuadores laterais) — para dar estabilidade. O casco desses tipos de canoa era escavado no tronco das árvores. Com tudo isso, os vakas navegavam até 200 quilômetros por dia.
A bordo dos vakas, além da tripulação (formada por homens, mulheres e crianças), iam cães, porcos, galinhas e mudas de plantas — tudo o que fosse necessário para viver no local descoberto. Quando chegavam a uma ilha, os diversos clãs polinésios viviam sob o mesmo teto.
Uma tradição desse povo era o mahu: um familiar sempre cuidava dos pais na velhice. Como a tarefa era feminina, o cuidador, independentemente do sexo, era considerado mulher (usava uma flor na orelha direita) — e recebia o respeito da sociedade.
Os polinésios pararam de desbravar novos lugares no momento em que foram colonizados pelos europeus, no século 16. O primeiro a desembarcar na região foi o navegador espanhol Álvaro de Mendaña de Neira, que chegou às Ilhas Marquesas em 1595. A partir daí, outros povos europeus dominaram a Polinésia.
O conjunto de ilhas da Polinésia abrange uma enorme área do oceano: são mais de 298 mil quilômetros quadrados para cerca de 4,5 milhões de habitantes. As maiores ilhas têm origem vulcânica e as menores surgiram a partir de corais. Hoje, a maioria das ilhas pertence aos Estados Unidos (Havaí e Midway), à Nova Zelândia (Ilhas Cook, Tokelau e Niue), à França (Ilhas Marquesas, Tuamotu, Tubuai e ilhas que formam a Polinésia Francesa) e ao Chile (Ilha de Páscoa, Sala e Gómez).