Madame Min é uma dentre muitos vilões que foram esquecidos pelo público
Dentre os grandes vilões que a Disney possui em seu catálogo, Madame Min, a vilã de 'A Espada Era a Lei', de 1963, é uma dos que, infelizmente, acabaram sendo esquecidos pelo público. O longa é baseado no romance ‘The Once and Future King', de T.H. White, tendo sua primeira publicação no ano de 1958.
Embora sua participação no filme tenha sido breve — e até considerada irrelevante para a história — ela tem em média uma aparição de aproximadamente uma hora e, após isso, entra para o esquecimento do público, por não ser vista como uma ameaça.
Segundo o historiador de animação Jim Korkis, com o roteiro escrito por Bill Peet, ele decide voltar com a personagem que já era conhecida nos quadrinhos. Em certa ocasião, o roteirista até lembrou o que Walt Disney disse sobre a personagem: “Quem é essa velhinha desleixada? Bill, por que não podemos ter uma dama grande e alta com cabelo preto?”, e então Peet disse: “Walt, sempre fazemos isso. Ela tem que ser uma contraparte de Merlin. Ele é um velho excêntrico, e ela também deve ser. Eles têm que combinar”.
Ainda, além de Walt, animadores como Frank Thomas e Andreas Deja, comentaram sobre a personagem.
“A louca Madame Mim era um contraste de ações selvagens e contenção com explosões inesperadas acentuando seu tempo geral. O contador de histórias Bill Peet nos deu o duelo do mago, um uso perfeito da animação, mantendo as personalidades por meio de uma surpreendente mudança de formas e ação emocionante”, disse Frank.
Andreas ainda comentou sobre a escolha dos nomes como Milt Kahl e Frank Thomas, feitas por Walt Disney, para que a personagem que já era conhecida nos quadrinhos se destacasse: “Walt Disney designou Milt Kahl e Frank Thomas para esse personagem, sabendo que se você combinar suas forças criativas, nada além de grandes coisas sairia.”
Ele ainda falou um pouco mais sobre as características da vilã, que como já citado, havia sido questionada por Walt:
“Para dar contraste ao design, seu corpo é mantido curto e rechonchudo, seus braços e pernas são muito finos e ossudos. Ambos os animadores adoraram trabalhar em Mim e concordaram que deveria haver mais dela no filme.”
Madame, que logo nas primeiras edições dos quadrinhos engana os personagens Wart e Sir Kay e atraem eles para dentro de sua cabana, com o intuito de cozinhá-los, tem sua memorabilidade no universo da Disney.
A partir disso, Frank comenta sobre algumas atitudes da vilã: “Mim foi vista pela primeira vez trapaceando na paciência, o que para ela foi a atitude mais moral e honrosa que já a vimos ter. Ela podia se transformar em qualquer coisa, nunca jogava limpo, era uma mentirosa descarada e naturalmente uma pobre perdedora, por isso ela teve que trapacear. Em quatro ocasiões diferentes ela proclama que venceu, embora ninguém esteja competindo com ela”, e acrescentou falando de sua breve participação na trama: "Ela era uma ótima personagem, viva, vibrante e divertida de animar, mas a história não foi construída para usá-la em mais de uma participação especial.”
Outro fato curioso são as obras infantis que Pett desenvolveu após Madame Mim, onde, a presença de bruxas pequenas, com cabelos desarrumados e usando calções indica que o roteirista provavelmente se inspirou em Mim para retratá-las.