Conheça dos detalhes, surpresas e revoluções por trás da segunda era da Disney!
Lançando animações desde o século 20, a Disney se tornou um dos grandes nomes da indústria cinematográfica não só por contribuir para o desenvolvimento de diversas técnicas através de suas inovações, mas também pelas lindas histórias que até hoje fazem parte da vida dos amantes das narrativas animadas.
Ainda assim, com tanto tempo no mercado, a trajetória do estúdio conta com diversas reviravoltas causadas tanto pelos contextos históricos, quanto pela situação do estúdio e do cinema em cada época da história do último milênio.
Pensando nisso, os cem anos de existência da Casa do Mickey foram divididos em nove fases que são chamadas de eras para contextualizar o momento que a Disney vivia em cada um dos seus lançamentos e hoje apresentaremos a segunda delas: a Era de Ouro.
Após o sucesso com os curtas-metragens, Walter Elias Disney resolveu sonhar grande e, em 1934, divulgou que lançaria um longa animado. A recepção inicial a revolucionária notícia não foi positiva, visto que Walt foi diversas vezes aconselhado a deixar de lado o projeto que, ao todo, custou um milhão e meio de dólares.
No entanto, ele não seguiu os conselhos e, em 1937, após diversas revisões no roteiro, lançou ‘Branca De Neve e os Sete Anões’, o primeiro filme de longa duração que continha som, rendendo ao estúdio um Oscar honorário, anos depois.
Os feitos não pararam por aí, visto que a trama que apresenta a primeira princesa do estúdio também se tornou o primeiro filme americano a ter um álbum de trilha sonora.
Logo após, a Disney lançou ‘Pinóquio’ que, apesar de contar com quase o dobro do valor de investimento do filme protagonizado por Branca de Neve, e ter aperfeiçoado várias das técnicas de cor e movimentação de personagens, não obteve grandes lucros na sua primeira ida aos cinemas.
O motivo se dá pelo período em que foi lançado, visto que a época corresponde a Segunda Guerra Mundial, momento de instabilidade no relacionamento dos EUA com os países da Europa e Ásia.
Mas isso não desmotivou Walt. No mesmo ano, ou seja, em 1940, surgiu ‘Fantasia’, onde ele combinou os traços animados com a música clássica, se tornando a primeira obra do tipo a contar com uma orquestra — esta que foi conduzida pelo maestro Leopold Stokowski.
Além disso, ‘Fantasia’ trouxe mais uma revolução: a Disney se uniu a empresa de eletrônicos RCA, onde eles criaram um sistema de reprodução único que foi chamado de Fantasound System, apresentando uma nova forma de reproduzir sons nas telonas, que é utilizada até os dias de hoje, e rendeu ao estúdio mais duas estatuetas honorárias do Oscar.
No ano seguinte, foi lançado ‘Dumbo’, a quarta animação em longa-metragem da Disney, e também a mais curta do estúdio, visto que tem apenas 64 minutos. Dessa vez, o custo de produção foi menor e não contou com grandes investimentos financeiros como ‘Fantasia’ e ‘Pinóquio’, já que, apesar de terem sido premiados, na época não receberam grandes retornos em bilheteria.
Ainda assim, a história que apresenta o simpático elefante que voa continuou com o legado de prêmios que o estúdio vinha construindo, ao receber o Oscar de "Melhor Trilha Sonora de um Filme Musical" e o prêmio de "Melhor Design de Animação" no festival de Cannes, de 1947.
Como se a emoção de ‘Dumbo’ não fosse o suficiente, em 1942 foi lançado ‘Bambi’, filme que finalizou a Era de Ouro da Disney — que, apesar do título, não é marcada pelos grandes retornos financeiros, mas sim, por suas revoluções na indústria do cinema e premiações.
O curioso é que a produção que encerra essa fase deveria ter entrado em cartaz logo após a animação focada em Branca de Neve, mas como ele é adaptado do livro "Bambi, a Life in the Woods", que tinha uma linguagem mais adulta, acabou sendo esquecido por um tempo até o estúdio encontrar a forma apropriada de transformar a história em uma versão que se encaixasse com o público-alvo da Disney.