'Flow': Capivara com voz de camelo? O segredo por trás dos sons dos animais

Previsto para estrear nos cinemas nacionais na próxima quinta-feira, 20, "Flow", tem como protagonista um gato preto que vê a chegada de seus dias repletos de tranquilidade e solitude quando o lugar em que vive é alastrado por água, fazendo com que ele busque um novo abrigo. 

Com tudo o que conhece coberto por água, o felino acaba encontrando um lar em um barco. O problema? É que ele terá que dentre os diversos desafios de sobrevivência que o aguardam, ele terá que aprender a conviver com outros animais, já que ali também estão abrigados um cachorro, uma garça, uma capivara e até um lêmure.

A história, que emociona ao mostrar diferentes éspecies superando as suas diferenças, não tem nenhum diálogo. No entanto, há muito som acontecendo no universo de "Flow", já que além da trilha sonora composta por Gints Zilbalodis — quem também dirige o fime — e Rihards Zalupe, os animais ganharam voz de um jeito um tanto quanto interessante.

O segredo por trás da voz dos animais em 'Flow'

Enquanto animações tradicionais colocam humanos para dublar personagens, como em "Zootopia" em que Monica Iozzi é responsável por dar voz a Judy Hopps e Rodrigo Lombardi surge como Nick Wild, na versão brasileira, em "Flow" são animais que conferem os sons dos bichinhos vistos em tela, conforme revelado pelo diretor da trama, Gints Zilbalodis por meio de publicações sobre os bastidores da animação nas redes socias.

Começando pelo gatinho protagonista, o personagem teve os sons captados de Miut, a gata de estimação de Gurwal Coïc-Gallas, o engenheiro de som do longa-metragem; confira o momento em que os miados de Miut foram captados:

Ainda assim, o visual e personalidade do gatinho, que acabou ganhando o nome de Flow após o sucesso da produção, são inspirados nos pets de Zilbadonis: Josephine e seu filho Oigars, do mesmo modo que o golden retriver do filme, que também são inspirados no cachorro de mesma raça do diretor; veja:

No X (antigo Twitter), Zilbadonis contou ainda que captar os sons dos personagens não foi problema, com excessão da Capivara, já que foi necessário usar o som de outro animal para representá-la: um camêlo.

"Capivaras não falam muito, então era preciso fazer cócegas para fazê-la dizer alguma coisa, mas a voz era muito aguda e não combinava com nosso personagem tranquilo e hippie. Tomamos uma decisão criativa de oferecer o papel a um bebê camelo", escreveu o diretor.

Em 8 de fevereiro, o cineasta compartilhou como poderia ter sido a voz da capivara caso o som capitado fosse o mesmo de um animal da sua espécie.

"Nosso designer de som Gurwal, acabou de me enviar um clipe da voz real de capivara. Acho que fizemos a escolha certa em usar uma voz de camelo bebê", disse no tweet.

Devido as técnicas e enredo, "Flow" concorre a dua categorias do Oscar: ”Melhor Filme de Animação” e “Melhor Filme Internacional”. Será que a trama irá vencer? A resposta poderá ser acompanhada na cerimônia da premiação, a qual acontecerá no dia 2 de março no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia, com transmissão da TNT e o streaming Max.