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Corpo Humano / Reações

Por que nós choramos?

Descubra as respostas para esse e outros mistérios sobre o momento do choro

Letícia Yazbek Publicado em 10/06/2020, às 13h30 - Atualizado às 19h00

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Não é só quando choramos que as lágrimas surgem. Esse líquido (formado por água, sais minerais, proteína, gordura e uma substância que combate microrganismos) é produzido por glândulas da parte interna de cada olho e tem várias funções: umedecer e proteger a região, além de impedir a entrada de partículas estranhas.

Nosso corpo produz lágrimas o tempo todo e existem três tipos: a basal, que mantém os olhos saudáveis, a reflexiva, que surge por causa de um estímulo (como uma irritação) e a emocional.

Choradeira

A lágrima emocional, como o nome já diz, é causada por situações que mexem com nossas emoções. Pode ser um tombo, uma medalha de ouro, uma cena emocionante de um filme, saudades de um amigo... O resultado é o mesmo! Quando são percebidas pelos sentidos, essas emoções pedem uma reação. Aí, o corpo libera as lágrimas como forma de expressão.

Como funciona?

No momento do choro, os sentidos captam imagens ou sensações e avisam ao sistema límbico (região do cérebro responsável pelos sentimentos). Lá, as emoções são relacionadas com outras guardadas na memória. Em resposta, o cérebro envia sinais elétricos até os olhos.

Então, as glândulas produzem as lágrimas. Parte delas desce pelos canais internos até o nariz. Por isso, ele escorre. Também podemos soluçar, ficar vermelhos e com o coração disparado – várias glândulas e músculos acabam recebendo as mensagens do cérebro e entram em ação.

Os cientistas não sabem ao certo por que esse mecanismo de liberar lágrimas emocionais é acionado. Alguns acreditam que tudo começou com nossos antepassados. Antes de conseguirem usar a fala, eles aprenderam a chorar para mostrar sentimentos. Nós herdamos esse recurso, usado até hoje como forma de comunicação.

Todo fluido corporal (saliva, urina, suor, sangue) possui componentes como sais minerais. Com a lágrima não é diferente: ela é cheia de sais responsáveis por manter o equilíbrio do organismo. Essas substâncias ajudam, por exemplo, a proteger os olhos contra fungos e bactérias. É por isso que as lágrimas têm um gostinho salgado.

Lágrimas de crocodilo?

Na cultura popular, essa expressão é usada para se referir a lágrimas falsas. A origem é biológica e não tem a ver com fingimento. Quando o crocodilo come as presas, as glândulas lacrimais são pressionadas e ele deixa mesmo gotinhas escorrerem.

Consultoria: Carlos A. Navas (professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP), Eduardo M. Rocha (professor do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP) e Paulo Augusto de A. Mello (professor do Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina – Unifesp).