Saiba mais sobre a história de algo presente nos nossos cotidianos até os dias de hoje
Letícia Yazbek Publicado em 30/10/2020, às 14h00 - Atualizado em 04/04/2022, às 18h00
O escambo (troca de mercadorias) surgiu há cerca de 10 mil anos, durante o período Neolítico, e foi utilizado por milhares de anos, em todo o mundo. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, trocavam mercadorias com os índios. O escambo acontecia de acordo com a necessidade de cada um — os objetos não precisavam ter valores equivalentes. Assim, um pescador que tinha mais peixe do que fosse consumir podia trocar parte dele com um agricultor que tinha colhido mais milho do que o necessário, por exemplo.
Mercadorias valiosas
Por volta de 5 mil anos atrás, os povos antigos passaram a utilizar algumas mercadorias como moeda. Muito procuradas e aceitas por todos, elas eram trocadas por outros produtos e serviam para avaliar o valor dos objetos. O gado, o sal, o peixe e o açúcar eram algumas dessas mercadorias. Os homens do exército na Roma Antiga (por volta de 27 antes de Cristo), por exemplo, eram pagos com sal e não com dinheiro.
Era dos metais
Com o tempo, o uso de mercadorias como moeda passou a prejudicar o comércio — elas estragavam e tinham o valor modificado com frequência, impedindo o acúmulo de riquezas. Por volta de 1500 antes de Cristo, o homem passou a utilizar metais (ouro, prata e cobre) para fabricar utensílios. Aí, viraram moeda: eram mais duráveis, fáceis de transportar e tinham maior aceitação. Eram utilizados no estado natural e nas formas de barras, anéis e braceletes.
Surgem as moedas
Em 600 antes de Cristo, os gregos criaram as primeiras moedas com as características das atuais. Eram pequenas peças de metal, com peso e valor definidos, que traziam uma marca garantindo o valor de cada uma. Elas eram fabricadas à mão e, por isso, tinham as bordas irregulares. As técnicas de cunhagem (fabricação de moedas) evoluíram e as moedas são feitas até hoje.
Feitas de papel
Na Idade Média, as pessoas começaram a guardar as moedas com uma espécie de banco. Aí, o funcionário entregava um recibo com a quantia indicada. Com o tempo, esses recibos passaram a ser usados como pagamento, como moedas de papel. As cédulas surgiram em 1661, na Suécia, e chegaram ao Brasil em 1810.
Ordem de pagamento
Os recibos usados na Idade Média também deram origem aos cheques que conhecemos hoje. Na década de 1760, os bancos ingleses começaram a utilizar o método. Por meio dos cheques, as pessoas autorizavam o banco a transferir certa quantia para outra pessoa. Os recibos eram numerados, evitando falsificações do documento. No Brasil, o cheque começou a ser usado em 1845.
Crédito ou débito?
O cartão de crédito foi criado em 1950, pelo norte-americano Frank MacNamara. Ele era feito de papel cartão e utilizado apenas em restaurantes. Cinco anos depois, o cartão, já de plástico, podia ser utilizado em estabelecimentos de todo o mundo. No Brasil, o cartão de crédito apareceu em 1954, mas ainda era utilizado por poucas pessoas. Após a criação do cartão de débito, em 1983, o número de cartões de crédito e débito aumentou muito. Hoje, eles são aceitos na maioria dos estabelecimentos.
Tudo online
O pagamento móvel, feito por tablets ou smartphones, já existe em vários lugares do mundo e está sendo cada vez mais utilizado no Brasil. Usando aplicativos no dispositivo móvel, é possível fazer compras online e pagar contas. Os apps fazem a leitura do código de barras e providenciam o pagamento na hora — assim, o usuário não precisa utilizar dinheiro ou cartão de crédito.
Consultoria: Fábio Terra (professor do Instituto de Economia da UFU) e Ricardo Bielschowsky (professor do Instituto de Economia da UFRJ).
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