Cerca de 230 milhões de anos atrás, um único continente gigante, chamado Pangeia, formava a superfície terrestre
Letícia Yazbek Publicado em 05/06/2020, às 10h00 - Atualizado em 09/04/2022, às 11h00
A ideia de que a Terra já teve um só continente surgiu com o holandês Abraham Ortelius: em 1596, ele sugeriu que as Américas teriam sido afastadas da Europa e da África por causa da ação de terremotos. Em 1620, o filósofo inglês Francis Bacon percebeu que as costas da América do Sul e da África, banhadas pelo Oceano Atlântico, tinham um encaixe perfeito.
Em 1915, o meteorologista e explorador alemão Alfred Wegener notou que diversos fósseis de animais e vegetais eram encontrados em continentes distantes. Assim, desenvolveu a teoria que hoje é a mais aceita pelos cientistas.
Há 230 milhões de anos, todas as massas continentais formavam um gigantesco continente, a Pangeia, rodeado por um único oceano, o Pantalassa. Cerca de 200 milhões de anos atrás, a Pangeia sofreu com muitos terremotos e vulcanismos e começou a se quebrar e se mover bem devagar.
Ela deu origem a dois continentes: Laurásia (América do Norte e Eurásia) e Gondwana (América do Sul, Índia, África, Austrália e Antártida), além dos oceanos Pacífico e Atlântico.
Formação atual
Mais tarde, mais ou menos 65 milhões de anos atrás, a América do Norte se separou da Eurásia. América do Sul, África, Austrália (que estava ligada à Antártida) e Índia também se dividiram — a Índia se tornou uma ilha no oceano Índico. Depois, as Américas se juntaram, a Austrália se separou da Antártida e a Índia se chocou com a Ásia, formando a cordilheira do Himalaia e deixando os continentes do jeito que nós conhecemos.
As 12 principais placas tectônicas continuam se movimentando lentamente — isso faz, por exemplo, com que a distância entre a América do Sul e a África aumente 2 centímetros a cada ano. Os cientistas acreditam que daqui a milhões de anos acontecerão novas mudanças e continentes diferentes do que conhecemos vão aparecer.
Consultoria: Maria Cristina M. Toledo (professora do Instituto de Geociências da USP), Tiago D. Vieira (geocientista e educador socioambiental) e Wilson Teixeira (professor do Instituto de Geociências da USP).
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