Entenda quais são as possíveis razões para que a Disney tenha escolhido reduzir a estreia do live-action de 'Branca de Neve'
Izabela Queiroz Publicado em 12/03/2025, às 13h17
Sabia que a estreia de "Branca de Neve" não será tão grandiosa quanto a de outros filmes da Disney? A ideia é que a pré-festa e a première, que acontecerão no El Capitan Theatre, em Hollywood, tenham uma limitação quanto a quem poderá estar presente no evento, como repercutido pela revista Variety.
Isso porque o tapete vermelho, o qual é o símbolo de prestígio, glamour e reverência, e é usado para receber aqueles que marcarão presença no evento com fotos e entrevistas, não será aberto para a imprensa como de costume. Nesse caso, sem repórteres, jornalistas e influenciadores, a cobertura midiática ficará a cargo da equipe da própria Disney e de fotógrafos.
O estúdio não revelou o porquê a decisão foi tomada. No entanto, há especulações entre portais de notícias e entretenimentos sobre a motivação, sendo o principal motivo listado as polêmicas que envolvem o elenco e as decisões criativas da adaptação; são elas:
Escalações
Começando pela escolha dos atores, quando a atriz Rachel Zegler, quem tem ascendência latina, foi escalada para dar vida a Branca de Neve, choveram comentários negativos sobre a escalação, incluindo ataques racistas contra a intérprete.
"Quando fui anunciada, meu nome ficou 'trendando' no Twitter por dias, porque muitas pessoas estavam irritadas", descreveu Zegler durante uma entrevista à Variety. "Quero guiar essas pessoas, com amor, para a direção certa. No fim das contas, tenho um trabalho a fazer e estou muito animada para fazê-lo. Serei uma princesa latina".
Ainda dentre as falas, muitos acreditavam que ela não seria tão bonita quando Gal Gadot, a interprete da Rainha Má, personagem que na trama quer tirar a vida da protagonista ao perder para ela o posto de mais bela do reino. No entanto, com o trailer, é revelado que, além de padrões estéticos, a beleza mencionada na história é aquela que vem de dentro, afinal, Branca de Neve é descrita como uma garota pura como a neve, de coração justo e verdadeiro e de alma destemida e corajosa.
Além disso, houve também controvérsias quanto a presença dos sete anões no live-action. Isso porque, inicialmente, eles seriam interpretados por atores reais, mas, após o ator Peter Dinklage, de “Games Of Thrones”, acusar os estúdios de reforçar o estereótipo de pessoas com nanismo com a trama em entrevista ao WTF Podcast, a Disney afirmou ao Good Morning America que "adotaria uma abordagem diferente para os sete personagens e consultaria membros da comunidade anã", e posteriormente afirmou que os personagens seriam substituídos por "criaturas mágicas".
"Eles ficaram muito orgulhosos por escalar uma atriz latina como Branca de Neve, mas ainda estão contando a história de Branca de Neve e os Sete Anões. Deem um passo atrás e olhem o que estão fazendo", disse o ator em janeiro de 2024.
A ideia, no entanto, foi reformulada e, na versão final, os amigos de Branca de Neve foram criados por CGI, gerando mais críticas, pois muitos acreditavam que sete atores com nanismo perderam a oportunidade de terem papéis de destaque na história. Ainda assim, o ator Martin Klebba (Piratas do Caribe), confirmou que é o Zangado no live-action, sendo o único ator com nanismo revelado do elenco.
Novas reviravoltas no enredo
Partindo para as novidades da história, é comum que, quando uma trama seja adaptada para um formato diferente, ela ganhe alterações. Tanto é que o filme, que tem inspiração no conto de fadas dos Irmãos Grimm, e é um remake de "Branca de Neve e os Sete Anões", animação lançada em 1937, tem diferenças entre as duas obras mencionadas.
Para modernizar o enredo, a Disney apostou em uma Branca de Neve mais empoderada. "Ela não será salva pelo Príncipe. Ela não ficará sonhando com o amor verdadeiro. Ela sonha em se tornar a líder que sabe que pode ser", explicou Zegler à Variety, durante a D23 Expo em 2022, ao afirmar que o romance entre a personagem e o príncipe encantado não seria o foco da trama. Inclusive, na nova versão, o famoso príncipe encantado não existe. O par romântico da princesa será Jonathan, um personagem que se assemelha a Robin Hood e que será interpretado por Andrew Burnap.
Além disso, a posição de liderança de Branca de Neve surge, pois, ela será responsável por iniciar uma revolução no reino, visto que após ter sua vida poupada, com a ajuda de Soneca, Dengoso, Feliz, Atchim, Mestre, Zangado, Dunga e Jonathan voltará ao reino para poder tirar a Rainha Má do poder e ascender ao trono, restaurando a justiça do lugar em que cresceu.
Falas polêmicas
Mais críticas a Rachel surgiram quando falas antigas da atriz sobre a animação de 1937 foram recuperadas, fazendo com que uma nova onda de questionamentos sobre seu papel surgisse na internet. Dentre essas, conforme repercutido pela Cosmopolitan (via ScreenRant), Zegler disse há alguns anos que “Branca de Neve e os Sete Anões” é "extremamente desatualizado no que diz respeito às ideias de as mulheres ocuparem papéis de poder e ao que uma mulher é adequada no mundo".
Além disso, David Hale Hand, filho de David Hand, diretor original da animação ao lado de Walt Disney, teceu comentários negativos ao remake enquanto falava ao The Telegraph (via Cine Pop), ao afirmar que tanto seu pai, quanto Disney, estariam “se revirando no túmulo” com as alterações do live-action.
“É uma desgraça que a Disney esteja tentando fazer algo novo a partir de algo que foi um grande sucesso antes... Seus pensamentos são tão radicais agora. Eles mudam as histórias, mudam o processo de pensamento dos personagens. Eles estão inventando coisas novas e eu simplesmente não gosto de nada disso. Acho francamente um pouco ofensivo o que eles podem ter feito com alguns desses filmes clássicos. [A Disney] não deveria pegar um clássico e reescrevê-lo à sua própria imagem. Escolha fazer outra coisa... Crie novos personagens, mas não destrua ou tente destruir um clássico”, afirmou.
Posicionamentos políticos
Temas políticos também inflamaram a má reputação do filme. Isso porque, em meio ao conflito entre Israel e o povo palestino, Zegler manifestou apoio à causa Free Palestine nas redes sociais. Já Gadot, que é israelense, falou publicamente sobre os ataques de 7 de outubro de 2024, afirmando que está do lado de Israel.
"Nunca imaginei que veríamos, nas ruas dos Estados Unidos e de várias cidades do mundo, pessoas não condenando o Hamas, mas celebrando, justificando e aplaudindo um massacre de judeus", disse Gadot em um evento da Anti-Defamation League, em 4 de março.
"Branca de Neve" estreia em 20 de março no Brasil.
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