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Abandono escolar, dependência química e mais: os perigos do TDAH não tratado

A convite da Apsen, especialista em transtornos do neurodesenvolvimento infantil conversou com educadores sobre os desafios do TDAH na infância

Redação Publicado em 28/03/2025, às 11h33 - Atualizado às 11h33

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) tem ganhado destaque nos últimos anos, sobretudo nas redes sociais. No entanto, tamanha relevância ainda desencadeia muita desinformação. Como forma de combater as fake news sobre o assunto, a Apsen criou o projeto ‘TDAH Levado a Sério na Escola’, em que convida profissionais de saúde com especialidade no transtorno para conversar com educadores de diferentes escolas. 

Convidada pela Apsen, a psiquiatra Fabrícia Signorelli, especialista em transtornos do neurodesenvolvimento infantil, esteve na Escola Estadual Irene Ribeiro, referência de ensino da Zona Leste de São Paulo, para palestrar aos professores sobre como identificar e lidar com crianças que podem ter TDAH.  

É um transtorno em que os sintomas cruzam com comportamentos que fazem parte do funcionamento humano. Ou seja, nossa atenção flutua ao longo do dia, somos hiperativos e somos impulsivos, mas a diferença é que para quem não tem TDAH  isso não é de forma intensa e não acarreta em prejuízo funcional”, diz a especialista. “Muitas pessoas recebem diagnósticos errados e acabam se sentindo aptas a falarem sobre o transtorno, o que torna o TDAH a não ser falado com a seriedade que merece”, complementa. 

O perigo do TDAH não levado a sério

Durante a palestra na Escola Estadual Irene Ribeiro, professores relataram que muitos pais não dão a devida importância quando são orientados a buscarem ajuda médica para os filhos diante dos sinais indicativos de TDAH. 

O perigo é que este transtorno não se cura sozinho. Muito pelo contrário, quando não tratado na infância, o TDAH acaba ganhando novas características ao longo da vida. 

O TDAH não tratado pode ter vários desfechos negativos na adolescência e na fase adulta, desde abandono escolar, não conseguir se fixar em emprego, ter problemas de ordem laborativa, problemas de relacionamento pessoais, na maternidade, na paternidade, nas relações do ambiente de trabalho e familiar, além de maior envolvimento em diferentes tipos de acidentes, risco de uso de substâncias químicas, gravidez indesejada e IST’s (infecções sexualmente transmissíveis). Fora o impacto na autoestima e no emocional dos pacientes, justamente pelos fracassos que podem ocorrer em virtude do transtorno”, diz a psiquiatra. 

Nem sempre é TDAH

Fabrícia destaca que, muitas vezes, o TDAH está associado com outras comorbidades, como depressão, ansiedade, tique, dislexia, autismo, transtorno de conduta e transtorno do uso de substâncias, que podem confundir o diagnóstico. “São comorbidades presentes entre crianças, adolescentes e adultos”, destaca. 

Por isso, a recomendação da especialista é sempre buscar neuropediatras ou psiquiatras que tenham conhecimento de TDAH. Isso vale para qualquer faixa etária.

Em casos em que a família não tem acesso, a criança deve ser encaminhada para o pediatra e, assim, para o especialista correto.  

 

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